domingo, 12 de fevereiro de 2012

De volta a Oz: Cairns

Ficamos 3 horas esperando numa escala em Darwin antes de ir para Cairns. Nessa parada tivemos que passar de novo por um check-in e mais um rebolado pra passar todas as malas. AGORA SIM, esse foi o último. Ufa!!!

Chegando em Cairns, estava muito quente e logo pela janela do avião eu já reparei numa costa parecida com essa que temos na estrada que vai do Rio para Santos, com uma densa floresta tropical e várias praias que pareciam ser animais. Cairns é o lugar mais quente da Austrália e também é bem úmido.

Descemos do avião, pegamos nosso carro alugado (Honda Gets branquinho) e fomos no Kmart comprar uma barraca,colchonetes, uma mantinha e travesseirinhos pra podermos acampar nessas próximas duas semanas. Cumprida a missão, tudo á postos, poderiamos deliciar um Mc e ir pro albergue.




O albergue que ficamos se localiza na cidada mesmo e não é um problemas achar restaurantes, albergues e mercados no centro muito menos andar e estacionar por lá. Cairns parece uma cidade pequena, com grandes proporções. Isso que eu achei mais legal pois faz parecer uma cidade bem acolhedoura e prazerosa de se estar...Ruas largas, comércio excelente. Pouca gente circulando e paisagens de postal. Um pouquinho igual a cidade que costumamos viver na Tasmânia, mas muuuuito impactante estar ali depois de duas semanas pela Ásia.

O albergue, o Tropic Days, é até hoje o albergue mais maneiro que já ficamos e por incrível que pareça o mais barato também. Tinha uma área excelente, com 3 cozinhas, piscina, wi-fi, mais de 200 dvds, estantes de livros, jogos, churrasqueira, transporte pela cidade toda hora, jantares em pubs, sinuca...tudo incluído... banheiro espaçosos e limpos, funcionários bem maneiros e atmosfera bem legal. Experiência mochileira nota 10. Tanto que tínhamos marcado duas noites, mas a cidade e o albergue eram tão bons que tivemos que ficar mais uma noite. Ficamos essas três noites na área de camping, pagando merrequinha pra usar tudo, praticamente de graça, se vc contar que eles davam um ticket valendo janta num pub socio deles.

Nesse dia ficamos só de boa relaxando no albergue. O pessoal de lá agendou um passeio pelos corais pra gente.












No dia seguinte, pegamos um barco grande muito maneiro para fazer snorkel e ver a maior barreira de corais do mundo, atração principal de Cairns. Com 3 refeições inclusas, o barco nos levou numa viagem de quase 3 horas até o Coral. Chegando lá a gente pega outro barquinho, de fundo de vidro, que nos leva até uma ilhazinha onde a gente começa o snorkel. Mermão, vc não tem noção dessa ilhazinha do tamanho de uma quadra de volêi....a praia é simplesmente tudo que eu sonho sobre uma pria perfeita. A água é indescritivel e a areia tão branca que doia os olhos. Um recanto “intocado” da natureza. Só de estar ali, já havia me saciado, mas então botamos os pés de pato, as máscaras e nos lançamos na água..............Aí pára tudo...parem as máquinas!!!!O que é aquilo???!!! Existe de verdade!!!! E bem diante dos nossos olhos!!! Um cenário marinho que ninguém coloca defeito, com corais de formas e cores infinitas, peixes idem....e-mo-cio-nan-te!!! Nunca achei que fosse presenciar uma coisa dessas em vida...parecia Procurando Nemo, só que de verdade, e melhor!!!! A sensação era de estar num aquário artificial..não parecia ser verdade. A água é tão clara que vc definitivamente não precisa fazer mergulho de balão...vc vê as coisas tão bem quanto vê na terra. Incrível e emocionante!!!! Nossa, ficamos ali bem mais que uma hora admirirando aquela maravilha de Deus e isso não foi suficiente. Eu poderia morar ali se pudesse. Depois de tanta coisa que já vimos no Brasil e também na Austrália e Ásia, essa definitivamenete foi a melhor de todas, de longe. Uma experiência que todo ser humano deveria passar em vida. Nem adianta...eu posso ficar aqui escrevendo por horas e horas tentando descrever como é aquilo lá e não vou alcançar um filetinho de como realmente é. E o mão-de-vaca aqui não quis alugar uma câmera submarina....Meu Deus, se arrependimento matasse!!!! Mas acreditem em mim, melhor coisa que já fiz em vida e não se compara com nada, meeesmo.

Ainda paramos em outro ponto, no meio do nada para fazer mais snorkel...depois um almoço gostoso e de volta ao continente, pegando um bronze na viagem...

Nesse dia ainda fomos jantar no Woolshed, um pub que serve janta para pessoal dos albergues. Bem legalzinho.





Dia seguinte já estava decidido...Vamos fazer o Bungy Jump!!! Saímos do albergue de manhãzinha e não mais que uns 15 Kilometros estávamos numa floresta fechada, onde tem uma filial da AJ Hacket, que faz saltos de Bungy, que inclusive inventou isso em 86. Renata também queria muito ir, mas tadinha, estpavamos com medo de dar algum problema com seu tornozelo torcido...uma pena...Estacionamos e subimos uma ladeira em diração ao local. Nesse caminho todo eu estava muito nervoso, não sabia ainda se faria ou não. Estava ali para ver como era e tomar coragem contra meu histórico medo de alturas. Era um desafio pessoal e apesar de estar muito relutante, algo dentro de mim dizia que eu precisava fazer aquilo, que eu não teria uma oportunidade parecida tão cedo. Cada metro que eu andava naquele caminho eu ficava mais nervoso e quando eu vi o pé da torre, ainda tive que andar mais uns 20 metros olhando pra cima até que seu topo se revelasse por entre as árvores e fizesse meus estômago e intestinos dançarem uma valsa romântica. Fiquei suando frio, lutando contra mim mesmo. Vimos uns saltos e entre eles muitas garotas fazendo. Me senti um merda com meda daquilo e as meninas curtindo...daí não pensei mais..paguei e subi as escadas. Cada lance de escadas era um suplício e a vista ia ficando mais bonita e mortal.

Lá em cima temos uma vista privilegiada de toda a cidade e do mar..relamente muito lindo. Olhei para baixo e via a Renatinha, um pontinho pequeno segurando uma câmera. Não sei porquê, subir aquelas escadas me fez tão nervoso mas ali em cima, quando olhei para baixo, soube que estaria amarrado e me senti seguro e tranquilo. Tanto que deitei lá e esperei o pessoal da minha frente pular.

Daí o cara me chamou, eu coloquei aqueles cintos...mas tipo..me sentindo like a boss.. tranquilão, brincando com os caras e talz...Sentei lá, ele colocou a toalha nas minhas pernas, evolveu com outro cinto e acoplou a corda elástica...... Aíííí o negócio foi ficando tenso. Minha ficha caiu e sabia que dali não tinha mais volta. Me chamou pra beiradinha e daí eu pensei “Meu santo Deus..quê que eu estou fazendo????”. Aí ele disse “Fica na beirada, só com os dedões para fora”...Essa com certeza é a parte mais tensa...de longe. Todo o medo que tinha me deixado pelos últimos 30 minutos, voltou intensamente, de uma única só vez. Olhei para baixo, me sentindo no gradil de uma ponte muito alta, sem lugar para se segurar. Daí não tinha escolha: abrir os braços e se lançar. Se lançar num silêncio ensurdecedor, enlouquecedor.

Isso é um lance pscicológico muito intenso...Pela primeira vez na vida, vc luta contra todos seus instintos de se segurar quando se vê em um lugar alto. Como meu amigo Guigui falou, é um sentimento suicida. No primeiro segundo vc ainda não se dá conta do que está acontecendo, no segundo, vc sente a adrenalina e frio na barriga, a melhor parte..no terceiro, vc pensa que a corda já deveria ter te puxado e vc está perto demais da água..e tchibum!!!! Mergulha no laguinho. A água na cabeça e a sensação de alívio quando percebe que está vivo são intensas e daí pra frente, quando vc ainda quica uma 4 vezes, é só curtição. A primeira coisa sã que eu pensei depois disso foi: “denovodenovodenovodenovodenovo”...

Saí correndo de lá para pegar um segundo pulo. Lá existem várias modalidades de pulo e agora, depois de ter feito o rpiemiro eu poderia escolher outras formas. Escolhi cair de costas pra ver como era. Engraçado que dessa vez eu estava tão confiante do que que queria, mas ficar naquela plataforma, de costas para o abismo foi muito mais aterrorizador que da primeira vez. Mas o salto foi a mesma maravilha.

O bungy parece ser besteira, mas é tranformador. Esse negócio promove um auto-conhecimento, testa seus limites e faz vc conhecer e vencer seus medos. No final de tudo a sensação de alívio, liberdade e de poder é muito boa.











Depois disso, ainda fomos dar uma andada pela cidade pra conhecer a famosa piscina pública de Cairns, para passear mais um pouco e dormir cedo pra encarar a labuta do dia seguinte. 













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