Desembarcamos e vimos uma meia dúzia de pessoas acenando e para nós que não era, com certeza. Entramos no aeroporto com a sensação de estarmos esquecidos em um lugar esquecido. Ficamos parados iguais dois tontos quando veio um tom Cruise do Paraguai meio desconfiado, chegando devagarzinho e talz. Quando ele chegou perto e eu senti aquele cheio forte de vaca...aííííí eu sabia que era o cara...uauahuhaua. Daí a gente se apresentou, conversamos bastante por lá mesmo e viemos embora pois a fazenda ficava a uma hora e 25 min do aeroporto. Viemos conversando bastante no carro, apesar de eu não assimilar pelo menos metade do que ele dizia. Ele falava toda hora que meu inglês era muito bom, mas infelizmente eu não achava o mesmo do dele. Era uma outra língua. Imagine um britânico fanho e sem metade da língua falando. È, acho que isso dá metade do problema. Era realmente muito sinistro de captar..maaass...fomos enrolando. O carro era tipo um pajero e a direção era trocada. Dava agonia de andar naquele carro pois toda hora eu sentia estar na contra-mão e quando vinha um carro no sentido contrário eu tomava susto. A paisagem era muito bonita, com campos bem cuidados, muitas ovelhas, vacas e celeiros vermelhos. Você vê muito pacote de feno, mas eles embalam de outra forma aqui: como se fosse um rocambole. E na silagem, um plástico branco por cima repleto de pneus pra fazer peso. As casas são mais bonitas e bem modernas para uma área rural.
Paramos no centro de Smithton para comprar celular e modem. O centro é duas ou três ruas principais cortadas entre si, com carros estacionados e lojinhas tipo mercadinho, locadora, restaurante, igreja, banco. Como se fosse uma pequena cidade do Brasil, mas com mais charme e dinheiro. Fomos á uma loja de eletrônicos e em outra de produtos para fazenda. Parece que todo mundo se conhece e o cara tinha conta em todas as lojas. O vendedor da loja de eletrônicos era um gordão da minha idade bem louro e que toda hora grunhia um “rrrooouuu”. Eu ficava intrigado com isso. Comprei um celular que vinha com 10 dólares de crédito e um modem que vinha com 3 gb de crédito. Mais um adaptador pois as tomadas daqui são diferentes. Nem lembro quanto deu, mas acho que foi uns 150 dólares. As coisas aqui não são nada baratas. Imagine os preços iguaizinhos ao do Brasil, sendo que em dólares. Tipo: um pão de forma que é dois reais aí, aqui é dois dólares. E por aí vai. Depois de um tempo na loja descobri que o grunhido do cara era na verdade um ‘right’. Me senti muito quando pude desvendar isso sozinho..uahuahuahua...Mas que inglês esse heim. Na loja agropecuária o Paul comprou botas plásticas e casaco com calça impermeável pra mim e para a Renata. Fomo para a casa depois disso, já escurecendo. No caminho ele me falou todos os dados e características do rebanho e da fazenda. A fazenda fica á 20 minutos do centro de smithton e é a mesma coisa que eu vi no Google earth. Um monte daqueles ventiladores de energia eólica na entrada, duas casas para nós e uma grande dele. Ele nos levou a nossa casa e nos mostrou tudo.
A casa é gigante (fica no meio de um piquete, com muitas vacas em volta), com 3 quartos grandes, uma cozinha americana muito grande, um lugar para o vaso e outro para o chuveiro (RS) e uma sala também muito grande, com sofá, TV, DVD, som, mesa. Os armários são embutidos, as janelas são imensas (quase toda a parede) e o chão é todo carpetado, com alguma coisa por baixo que o deixa bem fofinho. A Renata pegou o maior quarto que tem cama de casal e eu peguei o quarto de solteiro. Tomamos banho, arrumamos as coisas nos armários. Foi quando chegaram o Yoham e o Marck. São dois holandeses que se conhecem desde pequeno e há muito tempo viajam pelo mundo trabalhando em qualquer tipo de coisa, só pra conhecer os países. O Yoham mora na mesma casa que nós e trabalha também na mesma fazenda. Já o Marck trabalha e mora na fazenda do lado com os outros dois franceses que tem lá. Os caras são muito maneiros, gente fina e engraçados, principalmente o Yoham. Eles falaram que tinham preparado uma janta especial por nossa causa na casa da Malaika, que é a menina da áfrica do sul que trabalha na nossa fazenda também. Fomos pra casa dela, que é vizinha á nossa. Conhecemos-a e logo depois chegaram os dois franceses. Pessoal legal pra caramba, conversamos bastante e comemos um peixe de forno muito bom, com batata, cenoura, beterraba fina e ais alguma coisa que não me lembro.
Allan
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